terça-feira, 25 de outubro de 2016

Filosofia 9º ano (Tema 4 - Aula 3).

Tema 4 - Conceitos de felicidade.

Aula 3 – Felicidade e infelicidade.

Vamos observar agora alguns trechos de pensadores sobre traços (motivos) que resultam em felicidade e infelicidade, prestando bastante atenção em noções que abrangem o subjetivismo e coletivismo de cada um.

“Pergunta-se por que todos os homens juntos não compõem uma única nação e não quiseram falar uma única língua, viver sob as mesmas leis, combinar entre eles os mesmos costumes e um mesmo culto; e eu, pensando na contrariedade dos espíritos, dos gostos e dos sentimentos, surpreendo-me ao ver até sete ou oito pessoas reunirem-se sob um mesmo tecto, num mesmo recinto e compor uma única família. 
(...) Buscamos a nossa felicidade fora de nós mesmos e na opinião de homens que sabemos aduladores, pouco sinceros, sem equidade, cheios de inveja, de caprichos e preconceitos. Que extravagância!”
Jean de La Bruyére
(acesso em: 25/10/16)


“A felicidade, se pensarmos bem, se encontra nas coisas simples da vida! Num gesto de carinho que nos faz sentir amados, Numa palavra sincera de estímulo que ouvimos de alguém que confiamos, Na dedicação de um amigo que se faz presente no momento que precisamos, Num elogio verdadeiro, que nos transforma num gigante, No afeto do companheiro que nos dá a certeza daquele amor, Na alegria que sentimos nos olhos das pessoas quando chegamos em algum lugar, Na ternura dos nossos filhos que nos transforma em verdadeiros referenciais de vida”...
Lavinia Machado de Souza.
(acesso em: 25/10/16)

“A evolução foi simples. Quando eu ainda estava contente queria estar descontente, e, com todos os meios que o tempo e a tradição me ofereciam, lancei-me no descontentamento — e então queria outra vez voltar a trás. Assim, fui sempre descontente, até com o meu contentamento. Estranho, como uma coisa a fingir, se usada sistematicamente, se pode tornar realidade. Jogos infantis (embora eu tivesse bem consciência de que eles eram infantis) marcaram o começo do meu declínio intelectual. Cultivei deliberadamente um tique facial, por exemplo, ou então andava pelo Graben com os braços cruzados atrás da cabeça. Um jogo repugnantemente infantil mas com êxito (o meu trabalho literário começou da mesma maneira; só mais tarde, durante a sua evolução, é que veio uma paragem, infelizmente). Se é possível forçar assim a infelicidade sobre nós, é possível forçar o que quer que seja sobre nós. Uma grande parte da minha evolução parece contradizer-me, na medida em que contradiz a minha natureza pensar nisso, não posso afiançar que os primeiros laivos da minha infelicidade eram já uma necessidade interior; eles devem de facto ter uma necessidade, mas não uma necessidade interior — eles lançaram-se sobre mim como um enxame de moscas e poderiam ter sido afastados de mim com a mesma facilidade. 
A minha infelicidade na outra margem teria sido tão grande, talvez maior (devido à minha fraqueza); afinal, eu tive alguma experiência disso, a alavanca ainda treme desde a altura em que tentei empurrá-la um pouco — então porque acrescento à infelicidade que esta margem me causa o desejo de atravessar para a outra? 
Franz Kafka
 (acesso em: 25/10/16)

Questões

1.      Sobre o pensamento de Bruyére é correto afirmar:
(a)   Não trata de felicidade, e sim de questões sociais e como buscamos reduzir o mal social.
(b)   Entende a felicidade como algo que foge do “ser”. É algo que buscamos, que está fora de nossa subjetividade.
(c)    A felicidade é a busca por opiniões que sabemos controlar, sem caprichos ou preconceitos.
(d)   Todas as alternativas estão certas.
(e)    Todas as alternativas estão erradas.

2.      Sobre o pensamento de Souza é correto afirmar:
(a)   Não trata de felicidade, e sim de questões sociais e como buscamos reduzir o mal social.
(b)   Entende a felicidade como algo que foge do “ser”. É algo que buscamos, que está fora de nossa subjetividade.
(c)    A felicidade é a busca por opiniões que sabemos controlar, sem caprichos ou preconceitos.
(d)   Todas as alternativas estão certas.
(e)    Todas as alternativas estão erradas.


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