Tema
4 - Conceitos de felicidade.
Aula
3 – Felicidade e infelicidade.
Vamos
observar agora alguns trechos de pensadores sobre traços (motivos) que resultam
em felicidade e infelicidade, prestando bastante atenção em noções que abrangem
o subjetivismo e coletivismo de cada um.
“Pergunta-se
por que todos os homens juntos não compõem uma única nação e não quiseram falar
uma única língua, viver sob as mesmas leis, combinar entre eles os mesmos
costumes e um mesmo culto; e eu, pensando na contrariedade dos espíritos, dos
gostos e dos sentimentos, surpreendo-me ao ver até sete ou oito pessoas
reunirem-se sob um mesmo tecto, num
mesmo recinto e compor uma única família.
(...)
Buscamos a nossa felicidade fora de nós mesmos e na opinião de homens que
sabemos aduladores, pouco sinceros, sem equidade, cheios de inveja, de
caprichos e preconceitos. Que extravagância!”
Jean
de La Bruyére
(acesso
em: 25/10/16)
“A
felicidade, se pensarmos bem, se encontra nas coisas simples da vida! Num gesto
de carinho que nos faz sentir amados, Numa palavra sincera de estímulo que
ouvimos de alguém que confiamos, Na dedicação de um amigo que se faz presente
no momento que precisamos, Num elogio verdadeiro, que nos transforma num
gigante, No afeto do companheiro que nos dá a certeza daquele amor, Na alegria
que sentimos nos olhos das pessoas quando chegamos em algum lugar, Na ternura
dos nossos filhos que nos transforma em verdadeiros referenciais de vida”...
Lavinia
Machado de Souza.
(acesso
em: 25/10/16)
“A
evolução foi simples. Quando eu ainda estava contente queria estar descontente,
e, com todos os meios que o tempo e a tradição me ofereciam, lancei-me no
descontentamento — e então queria outra vez voltar a trás. Assim, fui sempre
descontente, até com o meu contentamento. Estranho, como uma coisa a fingir, se
usada sistematicamente, se pode tornar realidade. Jogos infantis (embora eu
tivesse bem consciência de que eles eram infantis) marcaram o começo do meu
declínio intelectual. Cultivei deliberadamente um tique facial, por exemplo, ou
então andava pelo Graben com os braços cruzados atrás da cabeça. Um jogo
repugnantemente infantil mas com êxito (o meu trabalho literário começou da
mesma maneira; só mais tarde, durante a sua evolução, é que veio uma paragem,
infelizmente). Se é possível forçar assim a infelicidade sobre nós, é possível
forçar o que quer que seja sobre nós. Uma grande parte da minha evolução parece
contradizer-me, na medida em que contradiz a minha natureza pensar nisso, não
posso afiançar que os primeiros laivos da minha infelicidade eram já uma
necessidade interior; eles devem de facto
ter uma necessidade, mas não uma necessidade interior — eles lançaram-se sobre
mim como um enxame de moscas e poderiam ter sido afastados de mim com a mesma
facilidade.
A
minha infelicidade na outra margem teria sido tão grande, talvez maior (devido
à minha fraqueza); afinal, eu tive alguma experiência disso, a alavanca ainda
treme desde a altura em que tentei empurrá-la um pouco — então porque
acrescento à infelicidade que esta margem me causa o desejo de atravessar para
a outra?
Franz
Kafka
(acesso em: 25/10/16)
Questões
1. Sobre
o pensamento de Bruyére é correto afirmar:
(a) Não
trata de felicidade, e sim de questões sociais e como buscamos reduzir o mal
social.
(b) Entende
a felicidade como algo que foge do “ser”. É algo que buscamos, que está fora de
nossa subjetividade.
(c) A
felicidade é a busca por opiniões que sabemos controlar, sem caprichos ou
preconceitos.
(d) Todas
as alternativas estão certas.
(e) Todas
as alternativas estão erradas.
2. Sobre
o pensamento de Souza é correto afirmar:
(a) Não
trata de felicidade, e sim de questões sociais e como buscamos reduzir o mal
social.
(b) Entende
a felicidade como algo que foge do “ser”. É algo que buscamos, que está fora de
nossa subjetividade.
(c) A
felicidade é a busca por opiniões que sabemos controlar, sem caprichos ou
preconceitos.
(d) Todas
as alternativas estão certas.
(e) Todas
as alternativas estão erradas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário