PROPOSTAS
CURRICULARES: SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DOS ESTADOS DE SÃO PAULO E PARANÁ (ADAPTADOS)
TEMAS
PROPOSTOS POR ANO/SÉRIE
6º
ano (Ensino Fundamental).
- Filosofia Reflexiva e Crítica.
- Áreas de conhecimento Filosófico.
- Introdução a Filosofia da Ciência.
- O Estado, os poderes e as leis.
- Introdução a ética.
7º
ano (Ensino Fundamental).
- Desigualdade social (estrutural e ideológica).
- Democracia e justiça.
- Os direitos humanos.
- Cidadania e participação política.
- Liberdade e autonomia.
8º
ano (Ensino Fundamental).
- Ideologias políticas: Socialismo, anarquismo e
liberalismo.
- Teorias liberais sobre
indivíduo e individualismo.
- Condutas massificadas e
alienação moral.
- Filosofia e humanização.
- Críticas ao preconceito
étnico e de gênero.
9º
ano (Ensino Fundamental).
- Filosofia e cidadania.
- Filosofia e religiões.
- Filosofia e libertação.
- Conceitos de felicidade.
- Conceitos de
prosperidade.
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
Estas
Diretrizes Curriculares propõem a organização do ensino de Filosofia por meio
dos seguintes conteúdos estruturantes:
1. Mito
e Filosofia;
2. Teoria
do Conhecimento;
3. Ética;
4. Filosofia
Política;
5. Filosofia
da Ciência;
6. Estética.
Tais
conteúdos estruturantes estimulam o trabalho da mediação intelectual, o pensar,
a busca da profundidade dos conceitos e das suas relações históricas, em
oposição ao caráter imediatista que assedia e permeia a experiência do
conhecimento e as ações dela resultantes.
1. MITO E FILOSOFIA
O
homem pode ser identificado e caracterizado como um ser que pensa e cria
explicações. Ao criar explicações, cria pensamentos, processo em que estão
presentes tanto o mito como a racionalidade. Ou seja, a base mitológica, como
pensamento por figuras, e a base racional, como pensamento por conceitos, são
constituintes do conhecimento filosófico. Esse fato não pode deixar de ser
considerado porque, a partir dele, o homem desenvolve ideias, inventa sistemas,
cria conceitos, elabora leis, códigos e práticas.
A
compreensão histórica de como surgiu o pensamento racional/conceitual entre os
gregos foi decisiva no desenvolvimento da cultura da civilização ocidental.
Entender a conquista da autonomia da racionalidade diante do mito, marca o
advento de uma etapa fundamental do pensamento e do desenvolvimento de todas as
concepções científicas produzidas ao longo da História.
O
conhecimento de como isso se deu e quais foram as condições que permitiram a
relação do pensamento mítico com o pensamento racional, elucida uma das
questões fundamentais para a compreensão das grandes linhas de força que
dominam as nossas tradições culturais. Dessa forma, é importante que o
estudante do Ensino Médio conheça o contexto histórico e político do surgimento
da Filosofia e o que ele significou para a cultura helênica.
Compreender
a relação do pensamento mítico com o pensamento racional, no contexto grego,
torna-se pertinente para que o educando perceba que os mesmos conflitos vividos
pelos gregos entre mito e razão são problemas presentes ainda hoje em nossa
sociedade. Por exemplo, ao deparar-se com o elemento da crença mitológica, a
ciência, para muitos, se apresenta como neutra e esconde sistematicamente seus
interesses políticos e econômicos.
2. TEORIA DO CONHECIMENTO
Constituída
como campo do conhecimento filosófico de forma autônoma apenas na Idade
Moderna, a teoria do conhecimento se ocupa de modo sistemático com a origem, a
essência e a certeza do conhecimento humano. Basicamente, aborda questões como:
• Critérios
de verdade – O que permite reconhecer o verdadeiro?
• Possibilidade
do conhecimento – Pode o sujeito apreender o objeto?
•
Âmbito do conhecimento –
Abrange ele a amplitude do real ou se restringe ao sujeito que conhece?
•
Origem do conhecimento –
Qual é a fonte do conhecimento?
Em
contato com as questões acima e ao deparar-se com a realidade que o cerca, o
estudante do Ensino Fundamental pode exercer a atividade filosófica ao tentar
encontrar caminhos e respostas diferentes para elas.
Além
de evidenciar para o educando os limites do conhecimento, este conteúdo lhe
possibilita perceber fatores históricos e temporais que influíram na sua
elaboração e assim retomar problemáticas já pensadas na perspectiva de novas
soluções relativas a seu tempo.
3. ÉTICA
Ética
é o estudo dos fundamentos da ação humana. Um dos grandes problemas do campo da
ética é o da relação entre o sujeito e a norma. Essa relação é eminentemente
tensa e conflituosa, uma vez que todo estabelecimento de norma implica
cerceamento da liberdade. Assim, “compete à tessitura das forças sociais
convencionar entre ambos alguma forma de equilíbrio; ou então, por vezes,
reconhecer que o equilíbrio se faz difícil e mesmo impossível” (BORNHEIM, 1997,
p. 247).
A
ética possibilita análise crítica para atribuição de valores. Pode ser ao mesmo
tempo especulativa e normativa, crítica da heteronomia e da anomia e
propositiva na busca da autonomia. Por isso, a ética possibilita o
desenvolvimento de valores, mas pode ser também o espaço da transgressão, quando
valores impostos pela sociedade se configuram como instrumentos de repressão,
violência e injustiça.
A
ética enquanto conteúdo escolar tem por foco a reflexão da ação individual ou
coletiva na perspectiva da Filosofia. Mais que ensinar valores específicos
trata-se de mostrar que o agir fundamentado propicia consequências melhores e
mais racionais que o agir sem razão ou justificativas.
4. FILOSOFIA POLÍTICA
A
Filosofia Política busca compreender os mecanismos que estruturam e legitimam
os diversos sistemas políticos, discute relações de poder e concebe novas
potencialidades para a vida em sociedade. As questões fundamentais da política
perpassam a História da Filosofia, nas obras de grandes pensadores, da
antiguidade à contemporaneidade.
As
sociedades que transformaram o poder político em coisa pública, transparente,
participável e voltado à construção do bem comum, são exceções no espaço e no
tempo. Se, por um lado, a modernidade está distante do ideal da polis ateniense
ou da res publica romana, por outro é preciso reconhecer que ela trouxe
conquistas fundamentais, como a valorização da subjetividade e da liberdade
individual. Mas, a valorização exacerbada da esfera dos interesses privados nos
afastou da esfera pública e dos interesses comuns e, por isso, o modelo da
representação política tem sido a forma hegemônica do retorno da democracia nas
sociedades modernas. No entanto, é preciso considerar que atravessamos uma
crise da representação política que coloca em questão o atual modelo dos
chamados Estados democráticos liberais.
Vive-se
um tempo em que os direitos humanos e políticos conquistados a partir do século
XVIII não garantem os direitos sociais mais elementares para a maioria das
pessoas. Assim, pensar o processo da ideologização da democracia e,
consequentemente, o formalismo jurídico que tem se sobreposto à
substancialização dos direitos, às formas de dominação, bem como alternativas
políticas ao que está instituído, são tarefas importantes da filosofia
política.
No
plano das relações internacionais, recentes acontecimentos como as guerras de
invasão, as ações terroristas estatais ou não e o desrespeito aos direitos
humanos, nos impõem uma série de questões sobre o sentido do poder, da
soberania, da democracia, da liberdade e da tolerância.
5. FILOSOFIA DA CIÊNCIA
Filosofia
da Ciência é o estudo crítico dos princípios, das hipóteses e dos resultados
das diversas ciências. Sua importância consiste em refletir criticamente filosófica
sobre o conhecimento científico, para conhecer e analisar o processo de
construção da ciência do ponto de vista lógico, linguístico, sociológico, político,
filosófico e histórico.
Ciência
e tecnologia são frutos da cultura do nosso tempo e envolvem o universo
empirista e pragmatista da pesquisa aplicada. A Filosofia da Ciência nos mostra
que o conhecimento científico é provisório, jamais acabado ou definitivo,
sempre tributário de fundamentos ideológicos, religiosos, econômicos,
políticos, históricos e metodológicos.
Vivemos
um momento de ufanismo da ciência. Temas como genoma, transgênicos e clonagem
estão em nosso cotidiano e são apresentados de forma cristalizada, definitiva,
e indicam que fazemos parte de uma civilização que elabora sob medida as
condições ideais de nossa existência numa perspectiva técnico-científica. A
Filosofia da Ciência se oferece como um conteúdo capaz de questionar tal
concepção.
No
Ensino Fundamental, portanto, importa estudar a Filosofia da Ciência na
perspectiva da produção e do produto do conhecimento científico, problematizar
o método e possibilitar o contato com o modo como os cientistas trabalham e
pensam.
6. ESTÉTICA
A
atitude problematizadora e investigativa, característica da Filosofia, volta-se
também para a realidade sensível. Compreender a sensibilidade, a representação
criativa, a apreensão intuitiva do mundo concreto e a forma como elas
determinam as relações do homem com o mundo e consigo mesmo, é objeto do
conteúdo estruturante Estética.
Voltada
principalmente para a beleza e à arte, a Estética está intimamente ligada à
realidade e às pretensões humanas de dominar, moldar, representar, reproduzir,
completar, alterar, apropriar-se do mundo como realidade humanizada.
Na
contemporaneidade, a Estética nos conduz para além do império da técnica, das
máquinas e da arte como produto comercial, ou do belo como conceito acessível
para poucos, na busca de espaço de reflexão, pensamento, representação e
contemplação do mundo.
Aos
estudantes do Ensino Fundamental, a Estética possibilita compreender a
apreensão da realidade pela sensibilidade, perceber que o conhecimento não é
apenas resultado da atividade intelectual, mas também da imaginação, da
intuição e da fruição, que contribuem para constituir sujeitos críticos e
criativos.
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Tal adaptação foi elaborada com a
finalidade de auxiliar os professores e profissionais da educação que buscam um
norte para as suas práticas acadêmicas no ensino de Filosofia para alunos do
ensino fundamental, ciclo 2 (6º ao 9º ano).
OBRIGADA,ESTE ARTIGO ME AJUDOU MUITO.
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